domingo, 30 de setembro de 2012

RESGATE  NO ANIL


      HOJE 29\09\2012 A PROTETORA JANINA E A PROTETORA MARINALVA FIZERAM O RESGATE DE UMA CADELINHA  QUE VAGAVA NO PLANALTO ANIL A MESES COM FERIMENTOS  GRAVES NAS ORELHAS. A CADELA FOI LEVADA PARA A DRA. ANDRÉIA NA CLINICA  AMORECÃO, CHEGANDO LA  INFELIZMENTE A AVALIAÇÃO FOI NEGATIVA. POIS A CADELINHA ESTAVA EM ESTADO AVANÇADO DE CALAZAR. ENTÃO NÃO HOUVE OUTRA ALTERNATIVA E OPTOU-SE PELA EUTANÁSIA.

DESPESAS DO RESGATE :

JANINA E MARINALVA

AGORA  NOS BRAÇOS DE SÃO CHIQUINHO A PEQUENINA  TERÁ PAZ E PODERÁ SER FELIZ



 SEGUE ABAIXO DOIS POSICIONAMENTOS SOBRE A  DOENÇA

saiba mais sobre o controle de zoonoses (08'40")

Resumo de reportagem em Brasília de profissionais da área sobre  calazar

Na reportagem de hoje, vamos saber um pouco mais sobre o controle de zoonoses, doenças que podem ser transmitidas a humanos direta ou indiretamente por animais.

          Gatos são seres independentes, que prezam sua privacidade acima de tudo. Cães são mais apegados às pessoas. Gostam de contato constante com os humanos e detestam estar sozinhos. Mas os dois gostam de liberdade. O problema é que a liberdade, em uma grande cidade, pode significar risco, não só de sofrer acidentes, mas também de contrair doenças. É por isso que levar os cães a um local onde possam brincar é muito importante para que eles não desejem sair por conta própria.
        Quanto maior o número de animais nas ruas, maior o risco de expansão de doenças como a leishmaniose visceral. A doença é causada pelo protosoário Leishmania Chagasi e é transmitida pelo mosquito flebótomo. Esse mosquito tem um vôo curto e baixo. É por isso que os cachorros, que andam mais próximos do chão, são mais afetados pela doença do que os humanos.
         O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maerovich, alerta para o fato de que a doença vem avançando em outras áreas do país.

       "A doença vem se expandindo, ela, há alguns anos atrás, era praticamente restrita à região Nordeste, isso coisa de 20, 25 anos atrás, mas de lá para cá, houve uma expansão muito grande especialmente para as regiões Centrooeste e Sudeste, atingindo inclusive algumas cidades importantes do estado de São Paulo, do estado de Minas Gerais, do estado da Bahia... "

        Embora não haja cura para a leishmaniose, existem no mercado duas vacinas para prevenir a doença em cães. Embora tenham sido liberadas pelo Ministério da Agricultura, órgão responsável pelo licenciamento de medicamentos veterinários, a vacina não é recomendada pelo Ministério da Saúde. Cláudio Maerovich explica os motivos:

        "A experiência anterior que havia, até a própria experiência internacional, é com vacinas de eficácia relativamente baixa. E aí o que acontece? O cão é vacinado e o exame dele, por causa da vacina, passa a ser positivo para anticorpos contra o agente da leishmaniose. No entanto, essa positividade, ou seja, essa reação de defesa do cão, pode não ser suficiente para que ele não seja portador da leishmania. E aí, numa localidade onde a presença da doença em humanos é alta e se faz o inquérito entre os cães, se houver cães vacinados, não se sabe se o exame é positivo porque o cão tem a doença ou porque ele tomou a vacina."

        Quanto à possibilidade de tratamento da leishmaniose em cães, como é feito nos humanos, Claudio Maerovich afirma que o Ministério da Saúde promove uma série de ações para o combate das principais zoonoses, como campanhas de esclarecimento junto à população e as campanhas para a vacinação antirrábica em todo o país. No entanto, segundo ele, o Ministério da Saúde continua avaliando que o sacrifício dos cães infectados pelo protosoário da leishmaniose é a melhor forma de controlar a expansão da doença.

        "A experiência que tem tido no Brasil, inclusive aqui em Brasília, é de que se consegue a interrupção da cadeia de transmissão com essa estratégia. Aqui em Brasília mesmo, nós tivemos vários casos alguns anos atrás, que foi um episódio que mostrou a presença da doença, e esse ciclo foi interrompido com a estratégia de sacrifício dos animais infectados."

        Quanto à possibilidade de tratamento da leishmaniose em cães, como é feito nos humanos, Cláudio Maerovich discorda da prática e diz que não se pode garantir, ou ter a expectativa, da eliminação do papel desse cachorro como reservatório que mantém o ciclo da doença.
       Mas como explicar a alguém que trata seu animal de estimação como membro da famíla que seu cão é um reservatório de uma doença letal? Ou será que o cão pode ser chamado de reservatório da leishmaniose, mesmo morrendo por causa dela? É o questionamento que fazem muitos médicos veterinários no Brasil. Em seu último congresso, a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, Anclivepa, divulgou uma carta na qual recomenda o tratamento da leishmaniose visceral canina e condena a posição do Ministério da Saúde em favor da eutanásia. A diretora científica da regional da Anclivepa no Distrito Federal, Simone Bandeira, explica a posição da entidade:

        "A leishmaniose não é uma doença brasileira. É uma doença mundial. E no mundo inteiro, os cães com leishmaniose são tratados. Só no Brasil existe essa política de eutanásia, que, já está mais do que provado, é ineficaz como meio de controle da doença. Porque se você não combate o vetor da doença, que é o mosquito, o cão é tão vítima quanto o homem. Então você sacrificar os cães e não fazer o controle adequado do mosquito, não vai nunca surtir efeito para que a doença não avance na população humana."

        A médica veterinária rebate a posição do Ministério da Saúde de que o cão tratado não consegue deixar de ser transmissor da doença.

        "Consegue sim. Se não conseguisse, não teria sentido você tratar nenhum animal, nem aqui nem no resto do mundo. Mas o animal tratado consegue tranquilamente não oferecer risco para um ser humano. Você diminui a carga parasitária, você diminui a parasitemia, e você diminui o número de parasitos presentes na pele, que é o que vai realmente oferecer risco para o ser humano."
         Com a idéia de mudar esse conceito sobre a melhor forma de controlar a leishmaniose visceral canina, o deputado Geraldo Resende, do PMDB do Mato Grosso do Sul, apresentou um projeto que retira a obrigatoriedade da eutanásia dos cães soropositivos, permitindo que, se desejarem, os donos possam tratar seus animais. O parlamentar explica os fatores que contribuíram para a apresentação da proposta:

        "Verificamos que a eutanásia dos animais, além de dolorosa para os proprietários, não é eficaz. Além disso, obtivemos a informação de que a leishmaniose animal, embora não tenha cura, é tratável e que, em vários países, isso ocorre. Procuramos o Ministério da Saúde, verificamos que não existe uma política de prevenção, de vacinação, como existe na raiva animal, e que a orientação que o Ministério dá às secretarias estaduais e municipais de saúde é para o sacrifício desses animais. Diante disso, decidimos então apresentar o projeto."

Geraldo Resende explica ainda os principais objetivos do projeto de lei.

           " Queremos instituir uma política nacional de vacinação contra a leishmaniose animal, a exemplo da raiva animal, que o Brasil conseguiu erradicar, graças à política de prevenção adotada. Além disso, o projeto prevê que os cães infectados possam ser tratados nas clínicas veterinárias. Hoje, quando o cão é diagnosticado soropositivo, o veterinário é proibido de fazer o tratamento, devendo notificar a secretaria de saúde, para que o animal seja sacrificado, o que, para nós, é uma medida muito radical."

          Nesse embate de idéias sobre o controle da leishmaniose, duas questões são muito importantes: a primeira é de que a opinião a favor da eutanásia dos cães infectados não é unânime. A segunda é que, de acordo com o próprio Ministério da Saúde, a leishmaniose vem avançando e atingindo cada vez mais regiões do país. É de se perguntar se os milhares de cães sacrificados todos os anos no Brasil não estão morrendo em vão.

De Brasília, Edson Junior.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Reprodução autorizada mediante citação da Rádio

Telefone: (61) 3216-1700
Fax: (61) 3216-1715

Fale Conosco   ----------------------------------------------------------------------- ARTIGO DO DR. DRAUZIO  VARELA 
Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagas

Embora alguns canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos possam ser reservatório do protozoário e fonte de infecção para os vetores, nos centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem.

A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.

Na maioria dos casos, o período de incubação é de 2 a 4 meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses.

Sintomas
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. Entre eles destacam-se os testes sorológicos (Elisa e reação de imunofluorescência), e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos.

É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, porque os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas, febre tifóide, etc.

Tratamento

Ainda não foi desenvolvida uma vacina contra a leishmaniose visceral, que pode ser curada nos homens, mas não nos animais.

Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos.

Em segundo lugar, está a anfotericina B, cujo inconveniente maior é o alto preço do medicamento. Uma nova droga, a miltefosina, por via oral, tem-se mostrado eficaz no tratamento dessa moléstia.

A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.

Recomendações

* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;

* Coloque telas nas janelas e embale sempre o lixo;

* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele pode se transformar num reservatório doméstico do parasita, que será transmitido para as pessoas próximas e outros animais;

* Lembre-se de que os casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de saúde.

FONTE : DRAUZIO VARELA.COM.BR

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